O valor da correção

Pais, não desistam de disciplinar seus filhos, de forma equilibrada e amorosa.

“Permitam que Deus eduque vocês, pois Ele está fazendo o que qualquer pai amoroso faz com seus filhos. Pois quem já ouviu falar de um filho que nunca foi corrigido?” (Hb 12:7 – Bíblia Viva).

Parece brincadeira de tão ridículo que é; mas, sim, é verdade. Refiro-me a um episódio ocorrido no início deste ano, na cidade de Ohio, nos Estados Unidos e que, no Brasil, foi noticiado no site da Isto É.1 Trata-se de uma ocorrência policial em que uma garota de 16 anos de idade ligou para denunciar o pai. O motivo: ele confiscou o telefone celular dela como punição por tê-lo protegido por senha. Para justificar sua atitude, a garota argumentou aos policiais que atenderam a ocorrência: “Meu pai pegou minha propriedade, que é um telefone de US$ 800 que não pertence a ele. Ele não comprou”. O pai, por sua vez, explicou que pegou o telefone da filha porque ela é uma adolescente: “Eu não posso inspecionar, porque o telefone está com senha, então, eu tirei dela”. Os policiais ficaram ao lado de Robertson, o pai da menina, e determinaram que se tratava apenas de uma questão disciplinar.

Esse ocorrido traz à memória o que foi alertado pelo apóstolo Paulo no primeiro século, em 2 Tm 2:1-2: Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes. Os tempos difíceis chegaram e, nós, os presenciamos. Convivemos com uma geração difícil de entender, de convencer e de lidar. A impressão que surge é que se foi o tempo em que os cabelos brancos de alguém simbolizavam a virtude da sabedoria adquirida pela longa experiência de vida e, que, hoje em dia, eles não passam de sinais de caduquice, ruína, decadência. Talvez seja este um dos motivos pelos quais muitos filhos não aceitam se curvar à autoridade de seus progenitores; estes filhos maculam o princípio do quinto mandamento da lei de Deus, que orienta: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (Êx 20:12).

Os pais são detentores de honra. De acordo com o quinto mandamento do Decálogo, o próprio Deus os investiu de autoridade. Eles merecem o respeito, a consideração e o cuidado de seus filhos. Este princípio é inegociável e irrevogável (Mc 7:10-13). Cabe aos pais, portanto, a incumbência de ensinar a criança no caminho em que deve andar (Pv 22:6). Para isso, é necessário, por vezes, lançar mão do ato da correção. A disciplina é um princípio bíblico e deve ser levada a sério. Nas sábias palavras de Provérbios 6:23b: as repreensões da disciplina são o caminho da vida. O pai e a mãe que aplicam a correção em seu lar fazem bem à família.

A disciplina deve ser levada a sério na família por algumas razões importantes. Em primeiro lugar, a disciplina é uma atitude preventiva: Ele morrerá pela falta de disciplina… (Pv 5:23). Filhos que não recebem a correção quando erram, continuam a cometer os mesmos erros. Pais negligentes condenam seus filhos ao risco de um futuro marcado pela criminalidade. O sacerdote Eli faltou com a correção e seus filhos receberam a morte como castigo (1 Sm 2:29,34). Davi se mostrou negligente ante o pecado de seu filho Amnom e viu a tragédia arrasar sua família (1 Sm 13). Esses males seriam evitados se a correção houvesse sido posta em prática. A disciplina é um remédio que, quando aplicado, pode arder na ferida, mas em seguida, garante a cura; ela obriga os filhos a chorarem no presente para que os pais não lamentem no futuro.

Em segundo lugar, a disciplina é amorosa: “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12:6). Deus nos ama como filhos e, por isso, nos corrige quando é preciso. É nele que os pais devem se espelhar; como ele os pais devem agir. A correção é, portanto, um ato de amor. Quem ama, corrige. Quem ama sabe dizer “não”. Há quem pensa que o amor é uma porta de entrada para uma vida sem imposição de limites. Quem dá aos filhos tudo o que eles querem, ignorando o que eles realmente precisam, está cometendo um erro grave. Quem ama ensina o limite do outro e corrige quando tal limite é desrespeitado. É isso que ensinam as instrutivas palavras de Pv 13:24: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.” Ensinar o bem é uma questão de urgência.

Pais, não desistam de seus filhos. Sempre que necessário, os corrijam. Contudo, façam isso em amor. Não os disciplinem sem razão justificável. Explique-lhes o motivo de eles estarem recebendo a devida punição e faça-lhes entender que isso é uma atitude de amor; que você se importa com eles ao ponto de prezar pela formação de seu caráter. Deixo também uma consideração aos filhos: não desistam de seus pais. Aceitem a correção, os conselhos e o amor deles. Diante de Deus, eles são responsáveis pelo bem-estar de vocês. Então, honre-os! A propósito: Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais (Pv 17:6).

Disponível em: https://istoe.com.br/pai-retira-celular-de-filha-e-ela-chama-a-policia-nos-eua-e-minha-propriedade/, acessado em 03/04/2019.

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