A dor de ser homem

São cada vez mais evidentes os efeitos desse vazio existencial, que se propaga em meio ao medo

Mais do que nunca, a violência contra a mulher, e o feminicídio como sua maior expressão, tem sido denunciada, debatida e combatida. Milênios de vida humana descrevem os horrores do machismo contra mulheres e crianças. Mas, infelizmente, pouco ou nada se fala sobre os danos causados ao próprio homem. A dor do masculino permanece oculta, ignorada, até mesmo negada.

Contudo, seus efeitos estão cada vez mais evidentes na realidade brasileira, no mundo. Cresce dia a dia uma massa volumosa de homens que não conseguem progredir em estudo, em carreira, em relacionamentos. Estão dentro e fora das igrejas, ao nosso redor, em todas as categorias socioeconômicas. Não é mais um mérito da pobreza. Crescem também, os números de mortes de homens, entre 14 e 25 anos de idades, por violência e suicídio; a superlotação dos presídios masculinos, os desempregados e descasados, cujas companheiras cansaram de sua inércia ou dos vícios diversos.

Homens que não conseguem relacionar-se com outros homens porque assistiram e sofreram até o final de sua adolescência a ação violenta do pai biológico contra sua mãe, ele e seus irmãos. Homens cuja autoestima é tão destroçada pela necessidade não suprida de afeto masculino, a constante ameaça de abandono ou agressão, a responsabilidade de tornar-se precocemente o “homem casa” para supri-la materialmente, ou mesmo afetivamente, as  dificuldades maternas.

Homens que não conseguem acreditar que podem estudar e desenvolver uma carreira, porque aprenderam que virilidade é ter força bruta, impô-la sobre outros, para serem bem sucedidos, conquistar riqueza e satisfação sexual. Homens que acreditam que não lhes resta o que fazer, além do refúgio na bebida, nas drogas, na pornografia e masturbação. E muitos, mesmo conhecendo o Evangelho, não conseguem ter uma experiência com Cristo, uma representação masculina de Deus, porque não sabem como dialogar com sua própria imagem e semelhança.

O silêncio cresce juntamente com a apatia dos meninos das novas gerações, que aguardam, mas não sabem o que aguardam. Um grande vazio existencial, que se propaga em meio a medo. O medo de ser homem. Algo ruim, negativo, sem sentido.

Esperança? Somente se os homens conseguirem admitir o que acontece, quebrantarem-se, e procurarem ajuda para curar suas feridas. A masculinidade redimida, em Cristo, só pode ocorrer pela admissão do que se vive, e não pelo silêncio.  O Cristo certamente  aguarda, como homem perfeito  e amigo, para resignificar a história de vida de cada um.

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